Mensagem de volta as aulas

Belém, 22 de fevereiro de 2010
Prezados (as) estudantes,

O ano de 2009 chegou ao fim. Nós do DCE UFPA seguimos o ano todo lutando e elaborando propostas para modificar a realidade da UFPA e da educação em nosso País. Esperamos que tod@s tenham um 2010 repleto de conquistas e realizações e, da nossa parte, seguiremos na luta por mais conquistas.

Audiência com o reitor traz benefícios aos estudantes

No dia 25 de novembro de 2009 o DCE realizou uma audiência pública com o reitor que trouxe como ganhos:

a) Centro de convenções (CCUFPA) – as comissões de formatura poderão celebrar sua festa no Centro de Convenções da UFPA de graça (custeada pela reitoria) desde que a celebração seja feita por todos os cursos de um determinado instituto, foi um ganho importante, porém temos que avançar ainda mais e garantir a gratuidade plena para o uso do Centro de Convenções em nossa universidade;

b) Licitação da Xerox – o reitor se comprometeu em respeitar a autonomia do movimento deixando a cargo das entidades a gerencia do espaço referentes a Xerox, entretanto, se colocou contrário a venda de lanches e apesar dessa posição mostrou-se a disposição de sentar com o movimento e buscar alternativas;

c) Restaurante Universitário (R.U.) – a reitoria se comprometeu em analisar a possibilidade construir um “R.U.zinho” nos campi. De acordo com o reitor, 10 novos funcionários serão contratados em 2010 e pretende-se aumentar a estrutura física para comportar os 500 estudantes a mais que entrarão no próximo ano provenientes dos novos cursos que serão ofertados pela UFPA. De acordo com a PROEX, estuda-se a proposta do R.U. oferecer inclusive jantar, bandeira de luta antiga do Movimento Estudantil da UFPA. Agora temos que cobrar;

d) Moradia Estudantil – Atualmente Castanhal, Breves e Altamira possuem moradia estudantil administrada pela UFPA. Em Belém temos a CAESUN – casa da estudante universitária – que é administrada pela UFPA e abriga em torno de 25 estudantes do sexo feminino. Há uma proposta de construir uma moradia estudantil unissex, com capacidade para 100 estudantes na feira do açaí, propomos que outro espaço (prédios para moradia estudantil) fosse instalado no residencial (cooperativa de professores da UFPA) que esta sendo construído no terreno em frente ao portão que da acesso ao ginásio de esportes, conversamos com a diretoria da PROEX e os mesmos ficaram de analisar a proposta.

Um grande abraço,

Anderson Castro
Coordenador Geral do DCE UFPA
(91) 8208 61 01

Atividades e conquistas recentes do DCE UFPA

Junho/ 2009: Foi inaugurado o Restaurante Universitário (R.U.) do Profissional, que foi um dos ganhos que obtivemos durante a ocupação da reitoria em 2007. Ocupação que durou seis dias e trouxe muitas conquistas para os estudantes da UFPA. Citamos a manutenção das atividades culturais no interior da Universidade, entre elas o Forró do Vadião; recuperação da ponte de acesso de pedestres do Campus Básico ao Campus Profissional; instalação de bebedouros, entre outros.

Setembro/ 2009: O DCE organizou a coleta de assinaturas exigindo o Fora Sarney devido o escândalo envolvendo os atos secretos do Senador.
Participamos do Grito dos Excluídos que este ano foi no bairro da Terra Firme questionando a falta de investimento de nossos gestores públicos (prefeitura, governo estadual e governo federal) nos setores sociais como o da educação, saúde e segurança pública.
Em conjunto com diversas entidades e movimentos sociais estivemos na formação do Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre objetivando somar esforços na luta contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (ver matéria sobre Belo Monte na página 7).
A prefeitura do Campus tentou, de forma autoritária, inviabilizar a venda de lanches rápidos nas Xerox. Ação que, a nosso ver, abria precedentes para a abertura do processo de licitação das Xerox. Diante disto iniciamos uma intensa mobilização que culminou com uma audiência pública com o reitor no mês de novembro.

Novembro/ 2009: A Audiência Pública com reitor teve por finalidade discutir alguns pontos que foram: cobrança de taxas, licitação das Xerox, alimentação e moradia estudantil. No Box presente nesta página será abordado os ganhos referentes a audiência.
Apoiamos e participamos do “apitaço” organizado pelo Centro Acadêmico de Letras (CAL) contra a falta de professores no curso.
Foi exibido o 1º Cine DCE, no Centro de Convenções da UFPA, trazendo para a comunidade universitária a temática “Belo Monte e os impactos ambientais”.

Dezembro/ 2009: O prefeito de Belém teve o seu mandato cassado. Organizamos a campanha Fora Duciomar. Apesar de não ter surtido o efeito esperado, fomos para as ruas protestar.
Organizamos, junto com o Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, um ato contra Belo Monte que saiu do terminal rodoviário da UFPA até a Eletronorte. Lá entregamos a Carta em defesa da vida com argumentações do porque nos contrapomos a construção da Usina. O ato teve a presença do Bispo da prelazia do Xingu, Dom Erwin, por algumas etnias indígenas, entre outros movimentos sociais. A carta foi lida por Antonia Melo, membro do comitê Xingu Vivo para Sempre de Altamira.

Janeiro/ 2010: Foram organizados atos contra o reajuste da tarifa de ônibus e em denuncia a péssima qualidade do transporte coletivo em Belém exigindo também o passe livre estudantil, embora não tenhamos tido êxito.

Fevereiro/ 2010: Após a liberação da licença prévia do IBAMA para a construção da UHE Belo Monte organizamos em conjunto com o Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre uma vigília, que saiu do CAN e se dirigiu para o IBAMA, para mostrar que estamos vigilantes na luta contra a devastação ambiental, social e cultural da região amazônica.

Atividades em andamento: Para além das atividades expostas está em andamento a reforma da sala do DCE, o Clube de Xadrez Universitário e a construção de um INFOCENTRO para atender a comunidade discente da UFPA e que funcionará nas dependências da sede do DCE.

Carta em Defesa da Vida

Abaixo, segue a carta protocolada na Eletronorte.
Carta em Defesa da Vida
Ilmo. Sr.
Diretor-presidente da Eletronorte.
Jorge Nassar Palmeira
Nós, abaixo-assinados, viemos mais uma vez manifestar nosso inconformismo com a intenção demonstrada pelo governo federal e por esta empresa de prosseguirem à ferro e fogo com o processo de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, a despeito das inúmeras manifestações contrárias por parte da sociedade.
Como já foi sobejamente demonstrado, a usina de Belo Monte, se realizada, exigirá como parte de seu custo proibitivo a destruição da Volta Grande do Rio Xingu com seus 100 quilômetros de corredeiras, lagos e cachoeiras, a inundação de vasta área florestal com o deslocamento forçado de pelo menos 20 mil pessoas, o lançamento na atmosfera de gases de efeito estufa em gigantescas quantidades e a ameaças à sobrevivência de uma rica biodiversidade.
Além disto, as cidades da região que possuem precária infra-estrutura urbana sofrerão o impacto da chegada de mais de 100 mil pessoas, atraídas pelas promessas de emprego, gerando conseqüências desastrosas nas áreas da habitação, saúde, educação e segurança.
O custo de Belo Monte se torna ainda mais proibitivo quando se sabe que, na fase de operação, a usina - cuja construção deverá custar R$ 30 bilhões - empregará apenas 700 funcionários e que a energia produzida a este preço exorbitante será destinada quase exclusivamente aos complexos Albrás-Alunorte da Vale, no Pará, e Alcoa, no Maranhão.
Para que tamanho descalabro possa seguir adiante, o governo federal e a Eletronorte organizaram apenas quatro audiências que nada tiveram de públicas com cerceamento, falta de transparência e, ainda por cima, a presença de tropas da Força de Segurança Nacional. Recentemente, as pressões do governo para obter a licença ambiental do Ibama à qualquer custo redundaram na demissão de dois diretores deste órgão.
Diante deste quadro aterrador, estamos aqui para dizer que nossa luta é pela vida e contra aqueles que querem nos impor a morte. Nossos protestos representam a defesa da Amazônia e de um modelo de desenvolvimento que garanta a preservação de nossa rica biodiversidade, e a sustentabilidade e dignidade do povo trabalhador. Nossa força vem de vozes antigas do poder popular. Nossos passos e nossas palavras vieram do fundo da história e nada nos deterá. Viemos aqui para dizer:
Águas para a Vida e não para Morte!
O Belo Monstro não passará!
Rio Xingu vivo para sempre!
Belém, 11 de Dezembro de 2009.